CUIDADOS NUTRICIONAIS EM PACIENTES COM REFLUXO

O refluxo gastro-esofágico (RGE) é uma patologia decorrente da falha anatômica e/ou funcional dos mecanismos de contenção do conteúdo gástrico no estômago.
Podem ocorrer alterações relacionadas à nutrição, à mucosa esofágica, à função respiratória ou ao aparecimento de sintomas neurocomportamentais.

Em crianças, os sintomas gastrointestinais da RGE variam de acordo com a idade, mas, em geral, incluem queimor retroesternal, dor epigástrica e regurgitação. Os sintomas respiratórios tanto em crianças quanto em adultos, incluem sibilos, tosse persistente e dispneia. Contudo, esses sintomas da DRGE são inespecíficos.
Sabe-se que determinados hábitos alimentares como alimentações volumosas, mastigação insuficiente, comer e deitar-se imediatamente após e alimentações noturnas
predispõem ao RGE.

Pesquisas afirmam que alimentos gordurosos (frituras), carboidratos (farinha, macarrão e tapioca), bebidas gaseificadas (refrigerante) e com altos teores de cafeína (café e chás) promovem incompetência do esfíncter esofágico inferior, alteram a capacidade de clearance, retardam o esvaziamento gástrico, anormalidades na mucosa esofágica, entre outras alterações, predispondo ao refluxo gastro-esofágico e conseqüentemente laringo-faríngeo.

Alimentos e medicamentos que aumentam a acidez gástrica, álcool, fumo, medicamentos anticolinérgicos, adrenérgicos, xantinas, bloqueadores de canais de cálcio e prostaglandina, devem ser evitados, sempre que possível.
De maneira geral, as dietas devem ser ricas em proteínas, visando vigor e força muscular. Entretanto, devem-se evitar alimentos pesados e condimentados, principalmente se são comuns sintomas de dispepsia, como pirose, epigastralgia, plenitude pós-prandial, eructações e flatulência.
O tratamento clínico tem como objetivo o alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e a prevenção de complicações.

Cuidados no tratamento de refluxo gastro-esofágico

Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às refeições
Elevar da cabeceira da cama (15 cm)
Moderar a ingestão de alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos à base de tomate e chocolate.
Redução do peso corporal em obesos


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, A. L., et al. Manifestações Laríngeas do Refluxo Laringo-faríngeo e suas Relações com Hábitos Alimentares Manauenses. Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol. v.12, n.1, p. 55-6. São Paulo, 2008.
Federação Brasileira de Gastroenterologia. Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento. Projeto Diretrizes-Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Outubro, 2003.
NORTON, R. C.; PENNA, F. J. Refluxo Gastroesofágico. Jornal de Pediatria. v. 76. Rio de Janeiro, 2000.

RATIER, J. C. A.; PIZZICHINI, E.; PIZZICHINI, M. Doença do Refluxo Gastroesofágico e hiperresponsividade das vias aéreas: coexistência além da chance. J. Bras. Pneumol. 37(5):680-688. Santa Catarina, 2011.
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