Programa TV Mais - GAZETA

Estarei nesta segunda-feira as 9:00 no programa da Olga Bongiovanni falando sobre Ceia de Natal.
Aproveitem para descobrir como manter a linha nesta data comemorativa repleta de guloseimas.

OBESIDADE X PRESSÃO ARTERIAL


Um artigo publicado na revista Ciência &  Saúde Coletiva em  2010, com o objetivo de avaliar a prevalência de hipertensão arterial em crianças e adolescentes obesos, realizou um estudo com 129 indivíduos obesos entre 7 a 14 anos de idade, de ambos os gêneros, atendidos pelo SUS em um hospital regional de Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Limpo (MS).
A avaliação foi feita a partir do IMC para a idade e mensuração da pressão arterial.
A análise dos valores pressóricos da população investigada demonstrou que a hipertensão arterial foi prevalente em ambos os gêneros, sem diferir entre eles, bem como em todas as faixas etárias, sendo que nos indivíduos de 13 e 14 anos o valor foi expressivamente superior (52,4%) aos demais, alcançando um nível preocupante.
Com isso, pode-se concluir que a hipertensão arterial é prevalente entre crianças e adolescentes obesos, sendo que o elevado nível de gordura corporal interfere no funcionamento adequado do aparelho cardiovascular, elevando a pressão arterial, e assim podendo repercutir em futuras complicações relacionadas à qualidade e expectativa de vidas dessas pessoas.
Saiba mais informações do artigo no link: http://www.scielo.br/pdf/csc/v15n1/a15v15n1.pdf

MULHERES NO CLIMATÉRIO - ORIENTAÇÕES IMPORTANTES


As palavras menopausa e climatério têm sentidos diferentes, embora sejam utilizadas frequentemente como sinônimos. O climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários (estrógeno e progesterona). Essa diminuição ocorre em todas as mulheres e se inicia ao redor dos 40 anos, podendo ocorrer vários anos antes da menopausa. Já a menopausa é a última menstruação da mulher, considerada um evento que acontece durante o climatério. A idade média das mulheres na menopausa é de 51 anos, podendo variar de 48 a 55 anos. Quando ocorre nas mulheres com menos de 40 anos é chamada de menopausa prematura.

 No climatério, são constatadas varias mudanças metabólicas, hormonais e psicológicas. Essas mudanças estão direta ou indiretamente ligadas, em algumas situações com a ingestão inadequada de alimentos. Este fato constitui um importante fator de risco para inúmeras doenças como: obesidade, osteoporose, câncer de cólon e de mama e doenças cardiovasculares.

A carência de estrógeno é o grande responsável pela alteração no perfil lipídico, do aumento de peso e da gordura abdominal. Leva a diminuição da reabsorção óssea, podendo desencadear a osteoporose. Dessa forma, as mulheres no climatério devem receber orientações e seguir uma alimentação adequada com os nutrientes necessários, se adequando às alterações decorrentes do hipoestrogenismo.

Orientações importantes para mulheres no climatério:
  • Aumente o número de refeições ao dia e diminua o volume dessas refeições – lembre-se que nesta fase o metabolismo é mais lento, assim como a queima de gordura. 
  • Consuma alimentos ricos em cálcio como: leite e derivados e vegetais verde-escuros, como espinafre, couve, brócolis. Nessa fase a ingestão adequada de cálcio é de 1.200mg/dia (DRI). 
  • Introduza na alimentação alimentos funcionais como soja e linhaça – esses alimentos possuem estruturas semelhantes ao estrógeno que ajudam na melhora dos sintomas. 
  • Evite alimentos gordurosos, frituras, excesso de açucares, massas e sobremesas com freqüência. 
  • Dê preferência aos alimentos fontes de gorduras boas (mono e poliinsaturadas) como peixes, azeite, óleo de girassol, castanhas, etc. 
  • Aumente o consumo de água – 6 a 8 copos/dia.
  • Pratique exercícios leves regularmente – os exercícios ajudam a fortalecer músculos e ossos.


E não se esqueça de consultar seu médico!






O CHOCOLATE...


O chocolate é um alimento de grande valor nutritivo e energético (cerca de 523,8 Kcal em 100g).

Seus três ingredientes: cacau, leite e açúcar fazem com que ele seja considerado um alimento balanceado, isto devido ao teor de proteínas, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas.



Tipos de Chocolate

  • Chocolate amargo: Produzido a partir do cacau, adição ou não de açúcar e leite. 
  • Chocolate branco: Manteiga de cacau, açúcar e leite. 
  • Chocolate ao leite: Pasta de cacau, açúcar e leite, leite em pó evaporado ou condensado. 
  • Chocolate em pó: Cacau em pó com açúcar 
  • Chocolate “fondant” e chocolate tipo suíço: Contém no mínimo 30% de gordura de cacau, o que abaixa seu ponto de fusão. 
  • Diet de leite: Massa e manteiga de cacau, leite em pó, edulcorantes alimentícios. 
  • Diet Branco: Manteiga de cacau, leite em pó, edulcorantes sorbitol e sacarina. 
  • Chocolate de soja: Soja, não possui glúten (podendo ser consumido por celíacos). Isento de gordura trans e colesterol. Rico em nutrientes, proteínas e fitoquímicos (isoflavonas).

Cacau

Para poder ser utilizado para a fabricação do chocolate, o cacau precisa passar por um processo de fermentação. A correta fermentação e posterior secagem da semente de cacau são fundamentais para o desenvolvimento de aromas e precursores.

O fruto do cacaueiro é coletado da árvore e partido ao meio para a retirada das sementes. Um fruto pode conter de 30 a 40 sementes envolvidas pela polpa do fruto.

Após a remoção das sementes juntamente com a polpa, as mesmas são dispostas em caixas ou engradados para a fermentação. A próxima etapa é a secagem/torrefação da semente. A secagem pode ser realizada submetendo-se a semente ao sol ou podem-se utilizar secadores.

A quantidade de polifenóis solúveis encontrados nas sementes frescas secas e livres de gordura é de 15-20%. O contéudo de polifenóis na semente de cacau pode variar dependendo da região onde é cultivado, da diversidade de cultivo e das práticas após a colheita.

Outros compostos encontrados no cacau são proteínas, gorduras, fibras, cinzas, cálcio, ferro, tiamina, teobromina, cafeina, niacina.

A semente de cacau possui em média 50% de gordura de cacau. O contéudo de polifenóis na semente de cacau pode variar dependendo da região onde é cultivado, da diversidade de cultivo e das práticas após a colheita.

Oliveira, M.A. EXTRAÇÃO DE POLIFENÓIS DA SEMENTE DE CACAU, 2005. (tese – universidade Federal de Santa Catarina)


Chocolate e densidade óssea

O chocolate pode ser uma importante fonte de oxalato, que é inibidor da absorção de cálcio.

Em um estudo feito com mulheres entre 70 e 85 anos (nos EUA), mostrou que maior frequência de consumo de chocolate foi linearmente relacionado com a menor densidade óssea (a frequência do consumo foi dividida em 3 categorias: 1x/dia; 1x/semana; 1x/mês). Aquelas que consumiam diariamente o chocolate tiveram uma densidade óssea 3,1% menor quando comparadas com aquelas que ingeriam semanalmente.

Constatado (em outro estudo – Nguyen, N.U.; Henriet, M.T.; Dumoulin, G.;, Widmer, A.; Regnard, J.; Increase in calciuria and oxaluria after a single chocolate bar load. Horm Metab Res 1994;26:383– 6. ) que 100g de chocolate preto, aumenta a excreção de cálcio em 147%. A explicação para isso ainda não está bem definida, mas pode-se atribuir ao efeito do açúcar (o aumento da insulina estimula a calciúria).

Este é o primeiro estudo a investigar a relação entre o consumo de chocolate e densidade óssea, e levanta preocupações que o consumo frequente de chocolate pode aumentar o risco de osteoporose e fratura.

Chocolate consumption and bone density in older women. Am J Clin Nutr 2008;87:175– 80.


Chocolate e humor

Há uma série de sugestões de que as propriedades do chocolate para melhorar o humor reflitam a ação da cafeína (menos de 0,1%) e magnésio (300mg/100g), mas as quantidades dessas substâncias são tão baixas, que a teoria mais sustentável é a de que, o chocolate estimula a liberação de endorfina no cérebro, resultando na elevação da disposição mental induzida pelo chocolate.

Além disso, o chocolate também possui o triptofano, que estimula os receptores da serotonina e da dopamina, que têm a função de melhorar o humor. Isso poderia explicar o conhecido desejo das mulheres na fase pré-menstrual por chocolate.

BOTSARI, ª Medicina Complementar. Ed: Nova Era, 2ed. 2007.


Chocolate e Azia

Para pessoas que sofrem de azia, o consumo de chocolate deve ser diminuído, pois este contém substâncias que podem piorar o quadro, principalmente a teobromina (160 mg por 100 g de chocolate) que relaxa o músculo do esfíncter, que controla as invasões do ácido gásrico, fazendo o músculo relaxar (RICHTER; LANNES, 2007; CARPER, 1995).


Fenilatilamina

O chocolate contém proteínas cuja estrutura química contém uma amina, a fenilatilamina. Aminas biogênicas (BA) são bases orgânicas com anéis alifáticos, produzidas principalmente por descarboxilação microbiana de aminoácidos. Os efeitos vasoativos das aminas triptamina, tiramina e feniletilamina concluíram que elas são potentes vasoconstritoras tanto em artérias como em veias. (BOTTEON, P.T.2008).

Cada 100 g de chocolate contêm 600mg dessa substância, que pode ser considerada um estimulante muito parecido com outros produzidos naturalmente pelo organismo, a dopamina e a epinefrina (RICHTER; LANNES, 2007)

Alguns estudos mostram que esta substância também pode causar dores de cabeça, devido à constrição de vasos sanguíneos que irrigam a parte que fica entre o couro cabeludo e a caixa craniana. Isto acaba por prejudicar a circulação sanguínea causando dor. Isso ocorre, pois o sistema imunológico pode realizar leituras incorretas, ou seja, o mecanismo de defesa interpreta a proteína de alguns alimentos como substancia estranha e ameaçadora. Imediatamente, criam barreiras de proteção e ataque, provocando pequena guerra que irá resultar em dor de cabeça (Salgado, J.M.2000).

Nos chocolates, elas se apresentam como feniletilaminas e tiramina, em muitas pessoas pode causar um pequeno mal estar e vaga dor de cabeça ou ate uma dor muito intensa (SALGADO, J.M.2000).

O chocolate branco contém manteiga de cacau, mas não contem licor de chocolate (uma fonte de tiramina), não estimulando a dor de cabeça (CARPER, 1995).

Alguns autores contribuem também a tiramina e a feniletimina o poder viciante do chocolate. A feniletilamina age como um estimulante e antidepressivo similar à epineprina e anfetaminas devido a sua ação e composição. Em pessoas depressivas os níveis de feniletilamina e seus metabólicos apresentam-se baixos, e a procura por chocolates pode ser uma forma de automedicação (HAIAT, P.D.2010).

Os “chocólatras” são pessoas com problemas no mecanismo de regulagem de fenilatinamina no corpo (WEISS, 1999).


Antioxidantes

O resveratrol é uma substância contida principalmente nos vinhos tintos, que também está presente no chocolate e tem ação antioxidante, pois diminuindo a agregação plaquetária, tem efeito de aumentar o HDL-colesterol e diminuir os níveis plasmáticos de LDL.

Quantidades:

Vinho = 832 µg por garrafa / Cacau = 14,1 µg / porção / Chocolate dark = 18,5 µg/porção

Amendoim torrado = 1,5 µg/porção / Manteiga de Amendoim = 13,6 µg/porção



Dentre estes produtos que foram identificados como sendo fontes naturais de polifenóis, o chocolate encontra-se como sendo uma fonte interessante destas substâncias.

No estudo do chocolate, observou-se que o tipo amargo apresentava uma concentração dos polifenóis maior que em outros tipos, como o chocolate ao leite, por exemplo. Evidenciou-se que o cacau era a fonte das substâncias conhecidas como polifenóis.

A comprovação prática que o cacau é a fonte dessas substâncias é que o chocolate tipo amargo possui maior porcentagem de cacau em sua composição que os outros tipos de chocolate.

Os polifenóis são poderosos antioxidantes que combatem os radicais livres, que são moléculas acusadas de provocarem o envelhecimento precoce e até tumores. Os polifenóis também possuem um importante papel na inibição de processos vasculares e inflamatórios, que contribuem para diversos tipos de patologia (VERONESE, 2009; PASCHOAL,2002).



Os flavonóides são uma classe de polifenóis, que têm como mecanismo de prevenção a proteção de moléculas (lipídios, proteínas e ácidos nucléicos) de danos oxidativos, suprimindo a resposta inflamatória e modulando a homeostase vascular (DEMROW, 1995). Flavonóides absorvidos pela dieta trabalhariam junto com o sistema de defesa antioxidante endógeno, as enzimas, pequenas moléculas antioxidantes e vitaminas. Foi visto que em chocolate amargo há 53,5mg de catequina por 100g de chocolate, e em chocolate ao leite, a concentração é de 15,9mg/100g (LLJA, 1999). Catequinas são encontradas em várias frutas, como damasco, no vinho tinto, mas as maiores fontes são o chá verde e o chocolate. Epicatequina e catequina são os mais importantes flavonóis encontrados em frutas, e não são glicosilados, ao contrário das outras classes de flavonóides.

(MANACH, C. et al. Polyphenols: food sources and bioavailability. Am J Clin Nutr 79:727-47, 2004



Procianidinas

Também conhecidas como taninos condensados, são dímeros, oligômeros e polímeros de catequina, responsáveis pela adstringência de frutas (uvas, caquis, maçãs, pêssegos, entre outros), e de bebidas (vinho, chá, cerveja) e pelo amargor do chocolate.

HAMMERSTONE, John. F.; LAZARUS, Sheryl A.; SCHMITZ, Harold H..Chocolate: Modern Science Investifates and Ancient Medicine. The Journal of Nutrition, n.130, p.2086s-2092s, 2000.

Cafeína

O chocolate comercial contém menos de 0,1% de cafeína, e são menos estimulantes, em termos de volume, que um copo de café descafeinado (WEISS, 1999).

O Cacau presente nos chocolates possui um conteúdo fitoquímico, especialmente pela metilxantina e pela teobromina, substancias com efeitos estimulantes semelhante a cafeína. Especula-se que a busca pelo chocolate possa estar associada a essas substancias.

Alguns autores afirmam que poderia haver um sinergismo que potencializaria o efeito estimulante das metilxantinas nos produtos a base de cacau. Além disso, o chocolate também possui substâncias que mimetizam a ação da anandamida, um neuromodulador que aumenta a atividade da dopamina, o que seria fundamental para a compulsão, caso esteja em quantidades suficientes (HAIAT, P.D.2010 e RICHTER; LANNES, 2007).